Já ensaiei várias vezes escrever aqui alguma coisa sobre
alimentação e alimentação infantil, porque pensar na introdução alimentar da
minha filha (e realizá-la) me fez refletir sobre tanta coisa, das mais
diretamente relacionadas até outras que podem ser uma viagem... Mas justamente
por isso acho que nunca consegui achar um foco para puxar o texto, que portanto
nunca saiu.
Comecei a pensar sobre como seria a introdução alimentar da
Teresa muito cedo, as pessoas até riam de mim... Tenho algumas teorias sobre
por que esse assunto me tomou tanto, mas agora não vêm ao caso. Doida atrás de
materiais de referência mais interessantes do que listas de horário de papinhas
e truques para fazer seu filho comer verdura, descobri o Carlos González, um
pediatra catalão genial que coloca em questão a própria pediatria e toda a
montanha de chavões sobre a infância repetidos por aí em nome da ciência. E o
homem ainda tem um texto leve e engraçado.
Difícil encontrar seus livros em português, mais ainda
português do Brasil. A gente acha fragmentos traduzidos informalmente aqui e
ali, em sites sobre infância e
maternidade. Não sei dizer bem quais de seus livros têm tradução publicada em
português, mas Mi niño no me come,
que fala mais especificamente sobre alimentação infantil, não encontrei
traduzido.
Então semana passada recebi uma amiga que começa a se preocupar com
a passagem de sua filha para o mundo além-peito. E ela veio comentar comigo sua
impressão de que as crianças que são deixadas livres para comerem sozinhas – prática
adotada aqui em casa bem freestyle,
acreditando eu que se tratava apenas da opção mais simples, menos
intervencionista e mais “natural” (eu sei, eu sei, palavra péssima...), e que
depois essa mesma amiga me revelou que já foi catalogada e rotulada com o
pomposo nome de baby led weaning (tem
até sigla: BLW!) – comem menos.
Rsss... Os avós de Teresa não se cansam de fazer essa observação, e ficam numa
felicidade só ao sentá-la no colo e vê-la aceitar de bom grado as colheradas de
almoço ou os nacos de fruta... Até eu, que certamente sou mais boba que minha
filha, acho bom se de vez em quando alguém vier me mimar com pedacinhos de
queijo prontos para degustação, uvas já tiradas do cacho, garfadinhas de amor
na minha boca, hã? Mas
ceder o controle do meu prato o tempo todo certamente me irritaria!
Confesso que eu também tenho essa impressão de que comendo
sozinhas as crianças comem menos. Mas o que importa é: por que a gente quer que
elas comam mais?! Ah, por vários motivos, dos mais aos menos neuróticos, penso.
Eu também não estou livre da coisa, tenho que me controlar, também quero que
ela coma só mais uma colheradinha, filha, a última... Pois González parte
justamente dessa preocupação de que a criança não come o suficiente –
preocupação que segundo ele dá mais que chuchu na cerca na cabeça das mães contemporâneas
–, para discorrer sobre as implicações éticas e práticas de obrigar crianças a
comer (e ele inclui aí os truques para “obrigar” de mansinho, também), sobre os
fundamentos científicos que sustentam (ou não) as práticas de alimentação
infantil que adotamos hoje, e – o mais legal – sobre o momento histórico em que
essa preocupação de que a criança coma mais se generaliza, se consolida e vira
inclusive uma questão para especialistas. Não foi sempre assim, sabia? Eu não
sabia... Até o século XIX, a preocupação era que as crianças pequenas não
comessem demais, quem diria! (A chave está no advento da indústria
de leite em pó, claro.)
Para encerrar seu livro, o autor escreve um epílogo chamado “E
se nos obrigassem a comer?”, um conto que satiriza nosso desejo de poder e controle
sobre a criança – questão sempre presente em seus textos, pelo menos os que li.
Já que as editoras não publicam o livro, faço aqui mais um exercício de
tradução. Eu ia adorar traduzir as obras completas do homem.
****
O dever da Brigada
Nutricional
O sol brilhava no alto de um céu sem nuvens, e o ar trazia o
cheiro de grama recém-cortada, quando Edmundo Tavares decidiu entrar no Carpa
Dourada, um restaurante agradável e não muito caro. De sua mesa, Edmundo tinha uma
bela vista do parque e das magnólias em flor. Bom observador da natureza
humana, ele preferiu, no entanto, sentar-se de lado, voltado para o interior do
restaurante.
A clientela era tão variada quanto fascinante. Em frente a
ele, um indivíduo gordo e suado comia veloz e ruidosamente, parando apenas para
tragar incríveis quantidades de vinho barato. Por alguns segundos, Edmundo acompanhou
como em sonho os movimentos de sua papada, uma massa esbranquiçada e ondulante
como duna de finíssima areia. Não era certamente um espetáculo para entreter
alguém por muito tempo, e Edmundo logo ignorou seu rechonchudo parceiro para observar
uma jovem muito delgada, quase etérea, na mesa ao lado. “Delgada, quase
etérea... meio cafona”, disse consigo mesmo. Quantas vezes lera essa
descrição em algum livro, e “etérea” associava-se em sua mente a um matiz filosófico
ou religioso, talvez sobrenatural. Agora, vendo aquela menina pálida, o olhar
perdido em sabe Deus que estranhas reminiscências frente ao prato de macarrão
quase intacto, compreendeu que “etérea” tinha aqui um significado muito
mais terreno, simplesmente incorpóreo no sentido de não ter corpo, como naquela
piada de seus dias de escola: “Anda mais magro que a radiografia de um suspiro”.
No centro do salão, junto à carpa dourada que dava nome ao
local, um grupo de executivos impecavelmente vestidos (embora a mulher se
distinguisse por não usar gravata) discutia acaloradamente sobre estatísticas
e documentos que quase escondiam os pratos e os telefones celulares. Edmundo sorriu, pensando nos preciosos contratos manchados de tomate e gordura. Mas
não, são profissionais, claro que podem ler um relatório em cima de uma
saladinha de batatas sem o menor acidente.
Mais além, num canto discreto, um casal de noivos entreolhava-se feito bobos, com as mãos entrelaçadas sobre a mesa. Então agora retornam a
entrelaçar as mãos sobre a mesa... que voltas o mundo dá! Ou foi sua geração que
teve poucas oportunidades de entrelaçar qualquer coisa em outros lugares? Será
que estou ficando velho?, pensou, lembrando-se de outras mesas, outras mãos.
Não era fácil perder-se em devaneios, pois a todo momento o
chamavam de volta ao mundo as risadas e gritos de um ruidoso grupo de
estudantes, numa mesa logo atrás. Olhou-os de soslaio, discretamente. Eles
faziam piadas, barulhentos, despreocupados, sem ligar para convenções sociais
ou para o medo do ridículo. Como sempre ocorria quando observava um grupo de
jovens, ele teve a impressão de ver um rosto conhecido, descartando em seguida
a ideia ridícula: não, eles também teriam agora quarenta anos.
Tinham acabado de lhe trazer a salada, quando um silêncio denso
e frio se espalhou pela ampla sala de refeição, como ondas em um lago. Os
temidos uniformes pretos da Polícia Nutricional rapidamente tomaram posição. Ele
não os viu chegar pelo parque, com certeza tinham entrado pela porta dos fundos.
Eram meia dúzia de agentes, comandados por um tenente muito jovem e bem composto.
Esses oficiais recém-saídos da academia, rigidamente severos e ansiosos por justificar seus galões, eram sempre os piores. Até seus próprios homens estavam atemorizados. Não deixariam passar nada.
Uma agente de meia-idade dirigiu-se rapidamente para a mesa
dos executivos. Eles não tiveram tempo de guardar seus contratos e relatórios,
que foram bruscamente apreendidos. “Mesa não é lugar de brincar!” O mais jovem
tentou esboçar um protesto, mas a mulher o deteve com um gesto imperioso. Qualquer
resistência era inútil. Se mostrarmos total submissão e comermos sem reclamar, talvez
nos devolvam os documentos depois da sobremesa.
Os gracejos cessaram na mesa dos estudantes. Uma prisão
como maus comedores poderia significar a desonra de suas famílias e a expulsão
da universidade. Comiam muito eretos, em absoluto silêncio, levando
ritmadamente à boca o garfo ou a colher. Será que estavam eretos demais, ou
comiam excessivamente em uníssono? Os braços subiam e desciam com precisão coreográfica.
O agente que os observava tinha uma vaga suspeita de que estavam zombando dele, entretanto por mais que se esforçasse não conseguia encontrar nada de decididamente
ilegal na atitude dos rapazes, então resolveu dar as costas e ignorá-los.
Várias pessoas nas mesas vizinhas reprimiam um sorriso de aprovação: talvez no
fim das contas esta juventude valha mais do que parece.
Ouviram-se gritos vindos da cozinha. Em todos os restaurantes as
equipes apressavam-se em sumir com qualquer resto de comida pelo ralo, mas
desta vez a inexperiência de um dos ajudantes permitiu que a PN encontrasse
um prato com meia porção de canelone. As leis que proibiam deixar comida no
prato eram implacáveis. O proprietário se desmanchava em explicações.
– Sempre cumprimos as regras, vocês sabem. O cliente se
recusou a terminar e fugiu, não tivemos como evitar. Ainda não houve tempo para
preencher o formulário de denúncia, precisamente por isso guardamos o prato. Temos
de fotografá-lo para registro... Mas estamos limpos, olhem o cesto de descartes,
vaz...
Com um gesto dramático, o proprietário mostrou o cesto, e as
palavras morreram em seus lábios. Restos de guisado! O novo lavador de pratos tinha
cometido outro erro, e este poderia ser fatal. O sargento os fuzilou com os
olhos, exigindo uma explicação. Antes que alguém conseguisse sair da paralisia,
o funcionário se adiantou, tremendo:
– Tive de jogá-lo fora, pois deixei um prato cair no chão.
Mas não quebrou.
– Comida não se joga fora! – rugiu o proprietário. – Outro
erro e você está demitido.
Em seguida, voltando-se para o misericordioso sargento:
– É novo; é cada vez mais difícil encontrar funcionários bem preparados.
Mas ele não deixou de notar, satisfeito, a rapidez do
rapaz em consertar seu próprio erro e inventar uma desculpa. Naqueles tempos,
sempre sob a ameaça de ver o restaurante expropriado e colocado sob controle
direto da PN, a astúcia e o reflexo rápido eram qualidades valiosas.
Edmundo Tavares não perdia nenhum detalhe do que se passava
no salão, sem deixar nem por momento de prestar uma atenção aparentemente total
em sua salada. Ficou satisfeito com sua escolha: uma refeição leve, mas que estranhamente
sempre contava com a aprovação da PN. Os nutricionais são fascinados pelo verde.
Os dois pombinhos tinham soltado as mãos imediatamente, mas não conseguiam evitar
um olhar encantado de vez em quando. A agente que fora tão severa com os executivos
parecia agora inclinada à condescendência, mas um olhar frio de seu tenente
lembrou-a de seu dever. Postou-se junto à mesa e começou a marcar o ritmo com
voz estridente.
– É para comer e ficar quieto! Colher no prato, colher na
boca, uuuum, doooois, colher no prato, colher na boca, uuuuum, dooooois.
O gordo sentado em frente a Edmundo estava muito nervoso e
olhava os policiais com ávida dissimulação. “Está tentando ver as insígnias”, logo
percebeu. “Deve ser meio míope.”
Os nutricionais SS (Super Sebo) exigiam um peso superior à média,
e quanto mais alto melhor; mas estavam sempre em conflito com os nutricionais SA
(Sempre Atléticos), para os quais o peso ideal estava entre os percentis 25 e
75. Em consequência dessas lutas internas ao regime, a vida dos indivíduos com peso
acima do percentil 75 ou entre os percentis 25 e 50 tornara-se bastante difícil.
Mas não tanto quanto a dos infelizes que estavam abaixo do percentil 25; a
maioria tinha conseguido se exilar antes do fechamento total das fronteiras.
Desta vez eram nutricionais SS, e o gordo tranquilizou-se,
sabendo-se seguro. E foi além, atrevendo-se a dar um passo sempre arriscado:
– Garçom, esta perna de cordeiro estava excelente. Poderia
repetir?
O desagrado do garçom era evidente, mas ele não tinha
escolha. Com a PN SS no local, a repetição estava garantida. O proprietário em pessoa
trouxe, sorrindo, a nova porção. Mas a vingança foi sutil: o prato estava
completamente cheio. O gordo empalideceu ao vê-lo; queria apenas “mais um pouquinho”,
mas aquilo era demais. E deixar algo que ele mesmo tinha pedido era o pior dos
crimes.
Quando o proprietário se arrependeu, já era tarde demais. O
objetivo do homem, percebeu ele, não era aproveitar-se da situação, mas apenas proteger-se.
Perseguidos pela SA, a única salvação dos obesos era ter amigos na SS. Subitamente
envergonhado, tentou oferecer uma saída:
– Desculpe, senhor, mas acabou nosso pudim com creme – murmurou
cordialmente. – O senhor terá de pedir outra sobremesa. Sugiro um suco de
laranja.
– Tudo bem – respondeu o obeso, e podia-se ler a gratidão em
seus olhos.
Talvez assim conseguisse terminar a perna de cordeiro. E aplicou-se a ela.
O tenente estava agora ao lado do aquário.
– Por que esse peixe não está comendo?
– Acabou de comer – desculpou-se o proprietário –, mas não
importa.
Pegou um pouco de comida para peixe num pacote e jogou na
água. A carpa se apressou em devorar a ração.
– As carpas têm sempre um espacinho vazio. Por isso as escolhi
como símbolo do meu estabelecimento.
O tenente quase sorriu. “Foi uma boa ideia comprar a carpa”,
pensou o proprietário, esperando que o incidente do guisado no lixo fosse
totalmente esquecido.
Mas o olhar frio do tenente estava cravado na jovem esguia. O
silêncio tornou-se ainda mais ameaçador. Não só parecia estar abaixo do
percentil 25 (os enchimentos da roupa de baixo não conseguiam esconder a magreza
das bochechas), como seu prato estava muito cheio, e ela comia com desesperadora
lentidão. Mesmo àquela distância, Edmundo podia dizer que a menina suava, e ele
parecia ouvir as batidas de seu coração.
Depois de contemplá-lo por alguns segundos eternos, o tenente
fez um gesto para um dos policiais, que se aproximou decidido.
– Venha, coma um pouco, está muito bom. Assim, muuuuito bem.
Você precisa crescer, colocar um pouco de carne nesses ossinhos. Vamos, outra
colheradinha, iiiisso, fica tão linda quando come. Está cansada, meu amor? Eu
te ajudo, me dá o garfo. Olha o aviãozinho, brrrrrr brrr! Um avião de
macarrãozinho para a minha menina! Muito bem! Olha, um passarinho na janela,
que passarinho lindo. Viu como abre o biquinho? Muuuito bom, um pouquinho mais.
Agora mais um pouquinho paaaara a vovó, e este outro pouquinho paaaara o papai...
Venha, não vamos deixar esse macarrãozinho tão gostoso. O cozinheiro preparou
com taaaanto carinho. Isso, muito bem, falta pouco. Não quer ir ao cinema mais
tarde? Então primeiro tem que terminar a comidinha, para ficar fooorte. Ai, que
linda, como come a minha menina!
Lenta, penosamente, o macarrão foi desaparecendo, então o agente da
PN passou o pão no molho e enfiou na boca da mulher apavorada. Agora falta o
bife com batata! Edmundo, como muitos outros clientes do restaurante, prendiam a
respiração. Era evidente que ela não conseguiria terminar o segundo prato.
O garçom trouxe a carne. Ele serviu o menor bife possível e a
quantidade mínima de batatas, e lançou para a jovem um olhar de cumplicidade. Ela
só conseguiu esboçar um sorriso de agradecimento; a porção ainda estava bem
acima de suas possibilidades, e o garçom sabia disso. Mas não podia se expor
mais; em várias ocasiões, a PN já havia mandado pesar porções suspeitamente pequenas.
O agente cortou a carne em pedacinhos minúsculos, e retomou sua interminável ladainha. Mas as colheradas eram cada vez mais penosas, e cada
vez mais palpável o terror de um e a cólera do outro. Edmundo, como os outros
clientes, tentava concentrar-se em seu próprio prato, no ritmado vai e vem do
garfo. Não ver, não ouvir, não pensar. Simplesmente sobreviver. Quantas vezes Edmundo
sonhara com um gesto heroico, um arrebatamento de dignidade; levantar e gritar:
“Deixe a menina, deixe-a em paz”. Em vez disso, teve de engolir sua própria
covardia e escutar o que o policial dizia à mulher:
– Está vendo como come esse senhor? Ele sim é bem comportado!
Vamos lá, você tem que ficar grande, como esse senhor!
A jovem, com o olhar perdido no vazio, abria e fechava
mecanicamente a boca, enquanto duas lágrimas caíam sobre uma das bochechas que inchava
perigosamente. “Faz tempo que não engole”, pensou Edmundo. De repente, com um ruído
estremecedor, mescla de tosse e náusea, a mulher deixou cair uma bola de carne ressecada
e dolorosamente mastigada.
– Tenente, ela está fazendo bola!
O oficial se aproximou decidido. Uma sonora bofetada quebrou
o consternado silêncio. Acabou, pensou Edmundo, acabaram os aviõezinhos e as palavras
amáveis. Não havia piedade para os terroristas do BOLA (Bloco de Oposição pela
Liberdade de Alimentação). Ele sabia o que estava por vir: iam obrigá-la a engolir
a bola repugnante e todo o resto da carne. Abririam sua boca à força, afundando
com dedos de ferro as bochechas entre seus dentes, de modo que ela se morderia
ao tentar fechá-la. Iam obrigá-la a comer até vomitar, vomitaria sobre o prato e
a fariam comer seu próprio vômito. Edmundo fechou os olhos, angustiado, inspirou
lenta e profundamente, tentando não vomitar ele também enquanto escutava os
gritos de terror da jovem:
– Não quero mais! Não quero mais! Não quero mais!
Edmundo se forçou a abrir os olhos. Escuridão. Então percebeu
que tudo tinha sido um sonho. “Que sonho ridículo”, pensou. “Polícia
Nutricional. Quem poderia pensar numa coisa dessas?”. Mesmo assim continuava suando,
agitado. Parecera tão real. Especialmente aquele último grito.
– Não quero mais! Não quero mais!
De novo! Estava ouvindo! O terror arrepiou sua espinha. Mas
não, não era sonho. Era sua filha Vanessa, de dois anos, que no cômodo ao lado
gritava sonhando. Que estranho, será que tivemos o mesmo sonho? Não, claro que
não, ela deve estar acordada. É isso, eu é que devo ter gritado dormindo, e ela
está repetindo para chamar a atenção. Essa...! Realmente, essas crianças são umas espertinhas. O médico bem avisou, quando nos explicou como ensiná-la a
dormir, que ela tentaria todos os truques para nos atrair ao seu quarto à
noite. Mas eu não vou, claro que não. Ela precisa aprender a dormir sozinha, chega
de fazer a gente de bobo.
Aliás, um dia desses vamos ter que falar com o médico sobre a
comida. Come cada vez menos, e ainda por cima começou a fazer birra. Alguma
coisa vamos ter de fazer com essa menina.
GONZÁLEZ, Carlos. Mi niño no me come. Consejos para
prevenir y resolver el problema. Madri, Temas de Hoy.