terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O nome dos bois


Tem gente que gosta de marca. Lacoste, Prada, Gucci. Peppa, Hello Kitty, Elsa.

Mas eu, que sempre fui mais de camiseta, bolsa, óculos de sol, prefiro porquinha, gatinha e princesa.

O dia depois de hoje


Calor escaldante.

Com a roupa mais fresca que o ambiente paulistano me permite circular por aí, deixo a filha na escolinha de férias e vou procurar um lugar próximo para me aboletar com o laptop pelo resto da tarde.

Dentro da padaria me sinto a salvo. Verdade que o ar-condicionado é quase neutralizado pelo calor que sai da cozinha, do bufê de comida quente e da multidão que circula com seus pratos pra lá e pra cá, mas esse "quase" me faz sentir que a vida pode ser normal.

Se eu estivesse em casa, certamente tomaria três banhos ao longo da tarde. O vizinho ficaria indignado com a minha falta de consciência sobre a crise da água (que ele pensa que é culpa minha e da falta de chuva, e não do governador que ele elegeu).

Mas estou na padaria. Tentando levar uma vida normal. Ligo o computador. A internet não funciona. Tento telefonar para conseguir ajuda sobre o sinal de internet, mas o sinal do celular também não está bom. Trabalho como dá. Penso naqueles filmes de gente que tem transmissor de rádio e conhece código Morse.

Levanto pra ir embora e espio pela vidraça. O céu está com aquela carranca avisando que eu não devia tentar andar pela rua no fim da tarde. Olho o carro: esqueci os faróis acesos a tarde inteira.

Pago. Saio da padaria. O carro liga, ufa. Pego a filha na escola sob os primeiros pingos gordos de chuva. Que bom, vai refrescar um pouco.

Decido parar e comprar uma fita adesiva para remendar a tela contra mosquitos da sala. Esses pernilongos não respeitam nada, meu deus. Tento avisar o marido que vou demorar um pouquinho mais, mas o telefone ainda não funciona.

Uma árvore cai na rua da loja. Via bloqueada não se sabe por quanto tempo. Fico "presa" ali por três horas, tentando distrair uma criança de três anos. Pão de queijo, suco de manga. O liquidificador funciona. Mas é pelo gerador, pois na verdade a área está sem energia.

Tiram a árvore. Vou enfim para casa por ruas quase alagadas, lentas, de semáforos apagados e caídos.

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Este verão em São Paulo está rescendendo a filme-catástrofe de Hollywood. Não se espante se o Will Smith cruzar com você na rua, ou o Morgan Freeman aparecer fazendo pronunciamento na TV. Se você tiver energia e sinal de TV, claro.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Férias


Aproveitando o primeiro dia do ano para fazer uma confissão bombástica: eu não gosto de praia.

Vamos ser francos: gosto de passar o dia à toa, tomando caipirinhas e comendo peixe frito. Mas, se for na sombra e não tiver areia, tant mieux!