domingo, 23 de janeiro de 2022

Um brinde à libertação de todos os seres

 

Um livro de memórias comovente; um manifesto feminista preenchido pela concretude de uma vida singular; um depoimento prático sobre o que significa (e o que custa) ter um teto todo seu; uma narrativa em primeira pessoa sobre a São Francisco dos anos 1980 e sua gentrificação; uma reflexão sobre tornar-se adulta e vir a ser a pessoa que se é; um livro de teoria e método, se me permitem um grau de empolgação.


Tenho vontade de indicar a todas as minhas amigas e aos amigos mais especiais. Amigas, leiam. Amigas e amigos da Geografia e da História, em particular, leiam.


Eu nunca tinha passado pela sensação de que a vida fica velha, não nós. Nós que estamos aqui estamos aqui, no presente. Hoje olhei para meu querido tempo de universidade e percebi que ele ficou velho.


Mais que a amigas e amigos queridos, tenho vontade de indicar esse livro para a jovem que eu fui, e me pergunto o que teria feito comigo ler mulheres assim quando tinha 20 anos, evitando encarar o que ainda pode fazer comigo ler mulheres assim aos 40.


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Rebecca Solnit, Recordações da minha inexistência, Companhia das Letras.