quarta-feira, 20 de maio de 2015
Orléans
Há um ângulo preciso em que toda a catedral se alinha, em sua bela simetria. Ela nos agarra pelo olhar e posiciona nossos corpos com exatidão. Ela nos alinha, nos coloca na linha. Deslumbramento e dominação.
Nada de omelete às cinco da tarde. Un café, alors...
Ouço vozes.
terça-feira, 5 de maio de 2015
Curvas na estrada
Hoje me dou conta de que o início da minha vida como mãe
coincidiu com o momento em que terminava a minha vida na faculdade, e entendo que
isso foi muita coisa ao mesmo tempo.
Passei 17 anos – praticamente toda a minha vida adulta –
dentro da universidade. Nunca morei tanto tempo em uma mesma casa, nem de longe.
Pensando bem, até hoje, ela é a maior permanência que tive na vida, com exceção
da minha família e alguns muito raros amigos.
É de entender por que terminar o mestrado foi tão difícil. Sem
saber, eu sabia que entregá-lo seria colocar o ponto final nessa relação.
E ela me deu muitas coisas. De certa forma, ela me deu
uma identidade. Eu achava que passaria a vida toda ali, que seria pesquisadora,
professora. Não serei, não quis mais.
Fui abrindo mão de um caminho que tinha roteiro, de uma
identidade. E ainda estou à procura do meu outro caminho, minha outra cara, minha
outra casa.
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