terça-feira, 17 de março de 2015

Limites


Em meio à crônica falta de tempo que caracteriza o novelo dos meus dias, há muitas coisas que eu não faço. Mas há uma prática que tento manter de maneira quase intransigente. Eu faço as unhas. Há um fio encantado que une o estado das minhas unhas ao nível de tranquilidade que sinto diante da vida.

Hoje, enquanto observava o trabalho eficiente da manicure (e daquelas mulheres interessantes que saem na revista Claudia) e matutava o que fazer para o jantar, senti uma grande lassidão e má vontade. Enfado.

Aproveitei a padaria ao lado para resolver o jantar com sanduíches. Em vez de fazer um jantar apropriado.

Saindo da padaria, fui dominada por uma crise de choro suave e doída. Chorei de culpa, raiva e compaixão por mim mesma. É interminável o meu adeus à mulher sem falhas que eu jamais fui.

Minha filha, informada de qual seria o jantar, abriu um largo sorriso.

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