segunda-feira, 12 de agosto de 2013

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Eu sinto saudade de casa.

Gosto do seu cheiro e da densidade do ar, que nunca são iguais em qualquer outra parte do mundo.

Gosto do meu chuveiro, quente e farto, e de saber já de cor em que ponto a torneira deve ficar para a água sair temperada como eu gosto. Sem testes.

Gosto da minha cama, especialmente agora que arranjamos um colchão grande, onde cabem todos os meus braços, pernas e uma eventual criança de um ano e meio metendo o cotovelinho nas minhas costelas.

Gosto da luz da minha casa. O sol não penetra meu apartamento como eu gostaria. Mas tenho lâmpadas aconchegantes que aveludam as paredes e arredondam os móveis. (Porque as pessoas enlouqueceram e colocam lâmpadas eletrônicas brancas em todo lugar, deixando tudo com cara de hospital ou açougue.)

Gosto da minha comida. Dos meus legumes bem temperados, que não são acompanhamento nem dieta, e que minha filha se diverte pegando com os dedinhos de pinça.

Gosto do cheiro do meu café, de apertar o botão da cafeteira e esperar o barulhinho da água borbulhando e dizendo que o dia começou. E de tomá-lo no balcão da cozinha, dividindo com o marido uma fatia de pão quente de torradeira e manteiga feita em casa.

Gosto de forrar o tapete da sala com edredons e almofadas, depois do jantar, e ficar brincando na meia-luz com minha filha, até que ela se aconchegue a uma almofadinha e durma. É, minha filha de um ano e meio adormece quase todas as noites no chão da sala, com a TV ligada. Shame on me...

Enfim posso sentir meu corpo relaxar e minha cabeça voltar ao lugar. E quem sabe mandamos essa gripe de férias pro inferno.

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