Para alimentar minhas filhas, eu reaprendi a
cozinhar.
Eliminei os temperos prontos e aprendi a
temperar muito bem a comida, para acolher a todos nós.
Aprendi a preparar legumes e verduras de acordo
com aquilo que eles são: comida gostosa.
Aprendi a fazer pão, fermento, iogurte, ricota,
manteiga, porque é bonito fazer mágica na cozinha e as crianças merecem
apreciar.
Entendi que caldo de legumes é água fervida com
legumes, e congela muito bem. Dá gosto em tudo e acalma preocupações maternas
sobre nutrientes. Arroz cozido no caldo de legumes não é só arroz.
Aprendi que comida picada faz muito, muito sentido.
Pedacinhos disponíveis, que se pegam com a colher, com o garfo, com a mão. Que se
misturam com todo o resto ou se separam de todo o resto, segundo a vontade da
mãozinha naquele dia.
Entendi que risoto é uma fórmula mágica para
dias difíceis, e não comida de restaurante.
Me reconciliei com comidas abandonadas após a
infância: sopa, arroz mexido com mistura numa panela só. Variações infinitas.
Para alimentar minhas filhas, eu reaprendi a
comer.
Agora parece que sempre foi assim.
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