segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Descobertas



Para alimentar minhas filhas, eu reaprendi a cozinhar.

Eliminei os temperos prontos e aprendi a temperar muito bem a comida, para acolher a todos nós.

Aprendi a preparar legumes e verduras de acordo com aquilo que eles são: comida gostosa.

Aprendi a fazer pão, fermento, iogurte, ricota, manteiga, porque é bonito fazer mágica na cozinha e as crianças merecem apreciar.

Entendi que caldo de legumes é água fervida com legumes, e congela muito bem. Dá gosto em tudo e acalma preocupações maternas sobre nutrientes. Arroz cozido no caldo de legumes não é só arroz.

Aprendi que comida picada faz muito, muito sentido. Pedacinhos disponíveis, que se pegam com a colher, com o garfo, com a mão. Que se misturam com todo o resto ou se separam de todo o resto, segundo a vontade da mãozinha naquele dia.

Entendi que risoto é uma fórmula mágica para dias difíceis, e não comida de restaurante.

Me reconciliei com comidas abandonadas após a infância: sopa, arroz mexido com mistura numa panela só. Variações infinitas.

Para alimentar minhas filhas, eu reaprendi a comer.

Agora parece que sempre foi assim.

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